VACINA URGENTE
Inspirado em material da Royal Canin
LEPTOSPIROSE HUMANA NO BRASIL
O total de casos registrados no Brasil nesses 5 anos (2018-2022), conforme o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Brasil (SINAN), foi de 13.497. A região com maior número de notificações foi a Sudeste (32,14%), seguida pela Sul (31,82%), Nordeste (19,12%), Norte (14,09%) e Centro Oeste (2,17%), respectivamente.
A população mais acometida é do sexo masculino (82,23%), etnia parda (57,68%), dos 20 aos 59 anos (75,87%). No Brasil, a taxa de óbito é de 9,63% (1.300), sendo mais alta no Nordeste com 13,87% (370) e 73,98% (1.973) de cura.
A região Sul, com a segunda com maior quantidade de casos, obteve a menor taxa de óbito (5,38%, 231). Para escolaridade, destaca-se a taxa de 42,96% de dados ignorados, todavia, apenas 2,81% dos casos correspondem a indivíduos com ensino superior completo.
LEPTOSPIROSE NO SUL
Do final de abril a maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou fortes chuvas que causaram grandes inundações e danos em 478 municípios, afetando mais de 2,3 milhões de pessoas.
Essa catástrofe causou o colapso dos sistemas de drenagem e saneamento nas cidades afetadas, aumentando o risco de infecções por Leptospira em humanos e animais, ou seja, piorando o quadro reconhecido em 2022.
Abrigos de emergência foram estabelecidos para acomodar pessoas e seus animais de estimação após o resgate; além disso, 85 abrigos para cães foram registrados na capital, Porto Alegre, de acordo com o Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS/RS), abrigando 5.691 cães por mais de dois meses.
A falta de infraestrutura adequada e a superlotação dos abrigos temporários para cães, juntamente com os primeiros relatos de casos de leptospirose humana relacionados às enchentes, levantaram uma preocupação da One Health em relação à disseminação da moléstia.
Não encontramos informações sobre os casos concretos de incremento da incidência de leptospirose, ainda que diversas entidades tenham alertado e procurado combater a tendência natural.
VACINAR COM URGÊNCIA
Os inúmeros contratempos decorrentes das enchentes, naturalmente, influenciam no descumprimento de prazos de revacinação, exatamente quando se tornam mais importantes. Assim, cabe examinar as Carteiras de Saúde de nosso cães, verificando sua atualidade.
ÊNFASE NA LEPTOSPIROSE
A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira. É vista como uma doença profissional que pode estar associada a agricultura, pecuária e manutenção de esgoto, uma vez que esses profissionais estão mais expostos ao ambiente que pode estar contaminado.
A bactéria é eliminada no ambiente através da urina do hospedeiro. Essa bactéria sobrevive em locais com umidade, como poças de água, locais com enchentes, solo molhado por chuva, entre outros, o que potencializa a transmissão. A disseminação da doença pode ser elevada em locais propícios.
Os roedores constituem a principal fonte de leptospirose para os humanos, principalmente nos grandes centros urbanos. Os cães infectados também podem desempenhar um papel considerável no risco de transmissão da doença devido à grande proximidade aos tutores.
A leptospirose está na lista de afecções em animais com notificação obrigatória, requerendo relatório mensal ao Ministério da Saúde de qualquer caso confirmado.
TRANSMISSÃO DA DOENÇA
Eliminada para o meio ambiente através da urina do indivíduo contaminado, a Leptospira possui alto potencial de infecção, podendo penetrar na pele íntegra através de mucosas, não sendo necessária a presença de uma lesão para que ocorra a entrada do patógeno.
Logo, a principal via de transmissão da leptospirose para os cães ocorre por meio de contato com a urina infectada. Porém, pode também haver infecção por contato venéreo, transferência placentária, mordeduras, ingestão de água e alimentos contaminados, transfusão sanguínea, contato com solo úmido ou molhado infectado etc.
A Leptospira presente na urina dos ratos contaminados pode afetar a água de lagoas, rios e o solo, já que esses animais vivem em esgotos e locais potencialmente contaminados.
FRAGILIDADE DOS CÃES
Os rins são órgãos vitais com funções como excreção (ureia, creatinina), regulação da pressão arterial e hidratação. Os néfrons são unidades funcionais dos rins, e sua quantidade varia por espécie:
Gatos: 190.000
Cães: 415.000
Suínos: 1.250.000
Equinos e Bovinos: 4.000.000
Humanos: 1.200.000
Fonte: TODAMATÉRIA
Animais com menos néfrons, como gatos e os cães, tendem a ter uma evolução mais rápida e desfavorável em casos de lesões ou doenças renais, como a leptospirose.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
A leptospirose canina é uma zoonose com potencial para evoluir rapidamente para formas graves. Portanto, o diagnóstico precoce é essencial para instituir o tratamento adequado em estágios iniciais da doença, reduzindo a morbidade, a taxa de mortalidade e as sequelas crônicas.
O indivíduo com leptospirose canina pode ser assintomático ou desenvolver quadros clínicos graves, manifestando sinais clínicos que variam de acordo com cada caso, como: perda de apetite; vômitos e diarreias (podendo ter presença de sangue); urina com coloração escura; presença de dor ao urinar; halitose, característica de aumento de compostos nitrogenados no sangue, como ureia e creatina; letargia; febre; icterícia; inflamação do olho; hemorragia pulmonar; ulcerações na mucosa oral…
Como se vê, o diagnóstico pelo leigo é complicado, e agravado pela similitude com outras moléstias graves, valendo então, acredito, a submissão ao veterinário em qualquer comportamento suspeito
PREVENTIVAS SANITÁRIAS
Além do protocolo vacinal, certas medidas sanitárias são de extrema importância:
limpar constante e higienizar quintais e ambientes em que o animal vive ou a que possui acesso;
não acumular lixos ou deixar alimentos expostos em quintais, pois os ratos são atraídos para o ambiente, principalmente durante a noite;
não deixar o animal ter livre acesso às ruas sem a companhia de seu responsável;
evitar a superpopulação de animais;
fornecer água limpa e filtrada aos animais;