Shiba branco

O Shiba branco ou creme está entre as quatro cores possíveis na raça Shiba.

Embora os Shibas dessa cor sejam cães bonitos, a cor de sua pelagem gerou alguma controvérsia nas comunidades de Shiba. Existem alguns que desejam que o Shiba branco ou creme não seja penalizado nas pistas de exposição. Mas a maioria dos criadores de Shiba, especialmente os do Japão, querem que os genes desse tipo de pelagem sejam excluídos da base genética da raça.

A ciência exata sobre a genética das cores da pelagem Shiba está além do escopo deste artigo. Em poucas palavras, um Shiba branco ou creme é o resultado de ter dois genes “e” recessivos. Esses genes recessivos não permitirão um único fio de cabelo preto em um Shiba creme.

A pelagem creme de Shiba é vista como uma falha grave nas pistas. No Brasil essa cor nem mesmo existe. A principal razão para tanto é que as marcações urajiro não podem ser vistas em um cão de cor clara como o creme. O urajiro é uma característica distintiva da raça Shiba, inerente a sua aparência, e consiste em marcações de cores claras no peito, rosto e áreas da cauda.

Por outro lado, cores fortes e vibrantes são características fundamentais do Shiba, o que é importante no que diz respeito aos padrões da raça – especialmente os de Nippo (Sociedade Japonesa de Preservação de Cães – nihonken hozonkai). Nippo é uma organização no Japão que foi formada para preservar os padrões das raças japonesas. Não sendo o urajiro visível nos exemplares claros, ele não pode ser avaliado e o eventual esmaecimento da coloração, também não.

Apesar de os Shibas cremes terem uma séria desvantagem nas pistas, eles ainda são elegíveis para entrar em competições em alguns países – e, mesmo com dificuldade, podem vencer. No entanto, muitos questionariam o motivo pelo qual alguém gostaria de valorizar ou mesmo reproduzir um Shiba que não está em conformidade com os padrões originais estabelecidos por seu país de origem.

É um assunto bastante contestável que precisa de tempo e discernimento adequado para se resolver.

Assim como outras três cores da raça Shiba (vermelho, preto e castanho, sésamo), o Shiba creme foi produzido por criação seletiva no início do século XX. Naquela época, as raças de cães japoneses estavam à beira da extinção. Guerra, doenças e a introdução de raças de cães ocidentais no Japão dizimaram quase completamente as raças nativas de cães japoneses. Três cães Shiba japoneses restantes foram cruzados para produzir a raça Shiba que conhecemos hoje. As três cores preferidas do Shiba são vermelho, preto e castanho e sésamo.

Embora um Shiba creme ainda seja uma cor de pelagem reconhecida do Shiba, em determinados países, não é uma cor de pelagem preferida em termos de padrões da raça.

Levando em consideração que um Shiba creme não é o mesmo que um albino, podemos afirmar que o gene recessivo que causa a variação da pelagem de cor creme não afeta em nada a saúde do Shiba

Tecnicamente, sim e não. Shibas creme às vezes são chamado de Shibas brancos e vice-versa.

No entanto, pode haver diferenças técnicas entre Shibas creme e Shibas branco. Isso ocorre porque os verdadeiros Shibas creme possuem uma pelagem branca com tons de vermelho ou cinza. Visto que, às vezes, o termo “Shiba branco” pode se referir a um Shiba verdadeiramente branco que não tem exatamente as mesmas características da pelagem creme. Este seria o caso de Shibas albino, pinto ou malhado.

Então, essencialmente, todos os Shibas creme podem ser considerados brancos, embora nem todos os Shibas brancos possam ser considerados creme.

Não, e há uma variedade de razões para isso.

Em primeiro lugar, a cor creme é uma falha grave não apenas nas pistas, mas também como uma representação adequada da raça Shiba. Os japoneses mantêm padrões extremamente altos para seu cão nacional. E é responsabilidade dos criadores de Shiba em todo o mundo manter esses padrões.

É de grande importância para Shibas ter cores de pelagem fortes da tonalidade certa.

A Nippo atenta para a diluição da cor da pelagem porque qualquer enfraquecimento da cor da pelagem sinalizará um enfraquecimento do código genético dessa cor da pelagem. Esta observação não é possível em Shibas de cor creme.

O urajiro é outra característica do Shiba monitorada pela Nippo. É importante que as marcações de urajiro em Shibas sejam colocadas corretamente. Novamente, esta observação não é possível em Shibas de cor creme.

A organização Nippo também está muito ciente do que aconteceu com a raça Kishu. Ela costumava ser uma raça com uma grande variedade de cores fortes. Mas, agora, o Kishu consiste em quase todos os cães brancos.

Bem, de acordo com a Nippo, os criadores encontraram alguns reprodutores Kishu brancos de muito sucesso e começaram a criá-los extensivamente. Com o tempo, os cruzamentos entre Kishus brancos e outros Kishus brancos tornaram-se mais frequentes, produzindo mais filhotes Kishu brancos. Só demorou um pouco mais até que o Kishu branco se tornasse a cor predominante da pelagem, já que as outras cores da pelagem foram eliminadas da raça.

No Japão, foi teorizado que o Shiba creme surgiu quando Shibas entrou em contato e acasalou com Kishus em algum momento da história. Essa mesma diluição poderia ocorrer com a raça Shiba? Possivelmente.

No Brasil, o Padrão FCI somente prevê as três cores básicas: o vermelho, o preto e castanho e o sésamo. Assim, não há como registrar um Shiba branco. Ele será um SRD, sem raça definida, e assim interromperá, forçosamente, sua linhagem.

Um “criador”, na Internet, aconselha a registrar os Shibas brancos como vermelhos, para que possam ser emitidos os respectivos registros e o pedigree. Temos então um problema de natureza civil e criminal.

Mas se esse exemplar for vendido…..

Não temos notícia dessa carga genética em nosso plantel. Sempre verificamos a ascendência de nossas matrizes, antes de as adquirir. No caso do Alchy, mais crítico por ser um padreador, recebemos o seu perfil de DNA. Mas, se por acaso, viermos a ter um Shiba claro, logo retiraremos sua genitora de nosso time, por doação e não iremos registrar o filhote, para que não venha a perpetuar o defeito.

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